domingo, 28 de março de 2010

você pode me tornar a ser o que eu venho sendo
um cara pálido e de cabeça baixa
você pode me enxergar como meus vizinhos enxergam
dois olhos pra cima e uma barba pra baixo
quem sabe você também possa realizar um feito
deitar de costas no chão sem se preocupar com o fim
talvez até contar tuas vontades, mentiras e verdades

eu espero
eu espero
eu espero tanto
que me canso
eu espero
eu espero
eu espero que tudo de certo

tudo de volta ao começo
eu voltando pro fim
e o meio sendo esquecido de novo
tolas gafes me esperam
ora sozinho rindo
ora em meio a multidão
sempre me pego indo
andando com a cabeça na confusão

não há ponto fixo que eu olhe
sem embaçar minha vista
não encontro nenhum mar consciente
nem uma ilha perdida

nos momentos trancendentes
não há palavras que digam
gestos que expliquem
pra onde fomos
e quem realmente somos

então navegue
enxergue aquela saída
se agora não tem a chave
amanhã terá uma despedida

é a última pedida:
você pode me tornar a ser aquilo que eu não sou
eu posso te dizer tudo aquilo que eu não quero
podemos juntos deslizar da vida e julgar os homens
você pode fugir e fingir que faz tudo com esmero

eu espero
eu espero...

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