quarta-feira, 3 de março de 2010

há três dias não como
há cinco dias não durmo
há jeito de eu me ajeitar?
o aleijado me passa
a tiazinha fica passada
e o tiozão cala
a senhora não acha
que está na hora de eu desencanar?
que rua sem curva
que rio sem esquina
ou que quarto sem cortina
vou me deitar?
garganta inflamada
palavra rasgada
xuxu enrolado
não dá pra pitar
cabeça gigante
sentimento elefante
em algum instante ela vai chegar?
descrente
decido
na descida da escada
quase rolante...
que vou esperar!
surpreso
fiquei
comigo mesmo
que estúpida decisão fui tomar
café não tem
solução também não
só meio cigarro
pra terminar de me derrrrrrrrubar
vou lá pra cima
o céu ta esperando
já que o mar está distante
me enfio num balde com água e sal grosso
pra limpar, lembrar
que posso chorar
se pedir um beliscão
ou lembrar que no pote só tem xuxu e agrião.

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