terça-feira, 12 de novembro de 2013

Zumbido
estampido
apito apita

Lembre-se é você

você
sozinho no escuro.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

-To com fome,
uma fome enorme
tão grande que
quase muda de nome

com a fome, eu durmo
com a fome, eu acordo
com ela eu discordo
se gosto do que vejo
do que desejo
do que venero
do que almejo

disforme
informe
sustente
seu álibi

Vista a camisa,
pois nesse restaurante
sem uniforme não entra
quem tem grana se alimenta
quem não tem se ...

Mas minha fome me come
e eu renasço
e eu me desfaço desse laço
quero mais simples, mais orgânico
quero não querer
não precisar ter.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Olho pro teto e caio
olho pra porta e saio
olho pra escada e desço
olho pro banheiro e entro
olho pro espelho e choro
olho pra privada e mijo
olho pra torneira e abro
olho pras mãos e lavo
olho pra cozinha e ignoro
olho pra rua e vazo
olho pro céu e voo
olho pro pra terra e pouso
olho pro chão e deito
olho pra grama e cheiro
olho pros lados e foda-se
olho pra grama e cheiro
olho pro lago e ando
olho pra água e me vejo
olho pra mim e desejo
olho o desejo e pulo
olho pro fundo e me perco
olho pra cima e respiro
olho pra fora toda hora
olho os olhos me olhando
olho e não penso nada
olho pra fora de novo e saio
olho pra lama e sorrio
olho pessoas indo e vindo
olho pra lama novamente sorrindo
olho os olhos de quem me olha
olho e choro
olho e me seco
olho andando
olho fugindo
olho correndo
olho pra trás e tropeço
olho pra frente e esqueço
olho pra todos os lados
olho pra encarar os fatos
olhei, olhei, olhei
agora não olho mais...

sábado, 12 de outubro de 2013

Dependo da hora, do tempo
do espaço que faço
inconsciência fora do sonho
o sonho dentro do quadro
o quadro torto da casa
a casa fora de esquadro

Depende se raso o vaso
Depende se ralo o halo

Dependemos do tempo passar
Dependemos da independência.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

tudo ído
tu doído
tudo
tu.

terça-feira, 2 de julho de 2013

certo em errar

vou sair daqui
de dentro de mim
me espere aí fora
e revele na hora
quem realmente sou
o que finalmente quer
por que é tão fácil errar?
por que é tão simples deslizar?
erro de tanto querer acertar
erro de tanto querer acertar
é....pois é
é de chorar.

domingo, 30 de junho de 2013

Ao contrário do que se pensa
desformo a matéria
do contra, rio
logo existo, logo desisto
desanimo, desafino

É pra você amor
que reanimo
que rearranjo
que sabatino
o que você precisar ouvir de mim
o que precisar
é pra você calor
sentir o que for pra sentir
é pra você amor
é pra ser o que for

sexta-feira, 28 de junho de 2013

o fogo me chama
a chama me mostra
amostra de mestre
o mestre que chama
o fogo que clama
na tocha clareia
um caminho descobre
um sentimento incendeia
reluz o que cobre
por baixo ateia
mais fogo, mais lama
mistura da terra
mistura na veia
consome e come
olhe e reflita:
tem fome e nome
fumaça indica.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Eu preciso olhar seus olhos
preciso tocar sua pele
elevar, te levando amor

Eu preciso de você
pra me deter
pra num deleite
te eleger, você.

Eu preciso sofrer
quem sofre, morre de viver
aqui neste lugar
sobreviver é prazer.

Eu preciso precisar
sem saber de quê
sem saber porque
sem saber você...

me chama.

terça-feira, 5 de março de 2013

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


Os poetas não são azuis nem nada, 
como pensam alguns supersticiosos, 
nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. 
O de que eles mais gostam é estar em silêncio - 
um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. 
Um silêncio... Este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês.
Viu? Esse silêncio que tem.

(Luciane Recieri)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


sim,
somos um descaso
do acaso,
plantados num vaso
beeeeem raso.
sou o mais primitivo pensamento,
nesse momento um Bento,
agora o mais impossível, o improvável
nesse momento afável,
instante itinerante avante
mambembe com carro alado
sem as chaves, sem entrave, só clave
indefinida, Fá, Sol sem Dó
é pó, poeira no chão
sujeito taxado com dom.
discreto, descaso, desfaço
desato os nós, a sós.

sou só, sozinho em um ninho,
e você prefere prever...carinho.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


Não espere de mim muita coisa
devia falar a verdade
desde o começo a fala perdia
desde o princípio o aviso calava

me deu um calo na guela
e a língua toda enrolada
isso não é desculpa
mas também não é piada

olhando pra pia
sentado na sala
nada se ouvia
nada mais importava

só servia o que sentia:
era um soco e uma palmada

só servia uma bebida:
era cachaça e limonada.
Quanto pesa
quando passa
se entrega
eu acho graça
suponho no sonho maluco
risonho tomando susto
sua mensagem vem do futuro
você vem no presente
a ponte vem do passado
procurando eu me encontro
na rua, do outro lado
firme em cada passada
a camisa nem discuto
sempre a mesma, a listrada
sua voz me ecoa

você soa música boa.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Meu tempo é outro
outrora, outono
uma outra coisa
cousa louca
lousa preta
poupa a polpa
no navio, popa solta
Titanic, Sputnik
Alambique e Manguebeat
As 3:33
meu tempo, minha vez.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

não quero errar
e é preciso acertar as palavras
exatidão, precisão
são os meus pontos fracos
demoro a aprender
quando se trata de viver
desculpa, peço desculpas
por que sou tão tolo
por que do bolo
sou apenas a mordida
da chegada, a despedida
se cheguei é porque partirei
e vice-versa
sei, parece tudo conversa
fiada, acabada...é nada!
eu gosto e engasgo
mas com um grito, esmago
espero a pressa passar
e quero esmero

não tenho
não pertenço
não mereço
não pareço o que se vê

desculpa

mas eu não sou o que se vê.
pode crer?


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

nem um passo a mais
se for pra olhar pra trás
nem um passo a menos
se for pra ser o que queremos

só sobra a sombra da dúvida
semblante, semínima e difusa.

canção que corre
escorre dos meus ouvidos
canção que não morre
inove

progressivo e dinâmico
esse jeito de mudar
me enlouquece
pra mim
me enobrece
pobre ser

sem querer
vai ganhar
ou vai perder;
mas sabendo
que vai SER. (seu)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

to vazio aqui
um instante infinito vivi
o tempo passou tão rápido
que perdi a hora de dormir

se desvio o pensar
encontro o pesar

atenção é a tensão agora
me proíbo de morrer hoje
me proíbo de viver ontem
só não me impeço de nascer amanhã...