segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Segunda, às 2h.

Morcego passa
a lua traça
a nuvem cria
o gato mia

e a minha incerteza continua
a nossa vida, a minha e a sua
são sonhos indo e vindo
enquanto vejo as estrelas caindo

Hoje é segunda, às duas
Hoje o caminho é nas ruas

sinto falta, sinto mesmo
sinto muito, sinto a esmo

que coragem a minha
covarde ser
na minha idade
nada ter

Hoje é segunda, às duas
e eu tomo cachaça
e fico na graça...
porque hoje é segunda às duas...

Deixa pra lá...

Um olhar diferente
ver o mundo com outros olhos
enxergo através das paredes
só não enxergo o que está a minha frente
sou tão cego, é preciso ver pra crer.

Coisas simples, coisas estáveis
não me atraem, nem me distraem
suscetível ao teu convite
me perder de novo, é o meu palpite.

E quando perguntam, eu me calo
não me entendem se eu falo...

deixa pra lá...

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Sonhos sou eu
sendo vocês
cavando em mim
eu jogo xadrez
cantando baixo
vendo o facho
do Sol Maior
no escuro
do fundo do mar
só eu que sei
se sei amar
sentindo um corte,
a própria morte
vai me ensinar.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

BOM DIA!
São apenas imagens
apenas desenhos querendo aparecer
somente são pessoas
passando o presente, querendo vencer
sou apenas uma animal
preso na jaula, sonhando em viver

e nada vai adiantar
se nenhum olhar me resgatar
de nada vai servir
se me faz chorar e é feito pra rir

penso, logo fico tenso
pinto os olhos e acendo um incenso
aceno pra ave que voa no escuro
pensando que ela prevê o futuro

agora me acalmo, lembrei que tudo sei
já vim, já vi, já venci
mesmo havendo um abismo a frente
irei pular mas não irei cair
me jogo sem fazer drama
ABRO OS OLHOS...
e estou na minha cama.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

desacreditado, só isso.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Zumbido
estampido
apito apita

Lembre-se é você

você
sozinho no escuro.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

-To com fome,
uma fome enorme
tão grande que
quase muda de nome

com a fome, eu durmo
com a fome, eu acordo
com ela eu discordo
se gosto do que vejo
do que desejo
do que venero
do que almejo

disforme
informe
sustente
seu álibi

Vista a camisa,
pois nesse restaurante
sem uniforme não entra
quem tem grana se alimenta
quem não tem se ...

Mas minha fome me come
e eu renasço
e eu me desfaço desse laço
quero mais simples, mais orgânico
quero não querer
não precisar ter.